segunda-feira, 19 de janeiro de 2009





Invibilidade Social




A invisibilidade social é um conceito associado aos indivíduos discriminados pela própria sociedade em que se encontram inseridos.
Os factores são diversos, sociais, culturais, económicos, políticos e estéticos e contribuem para que continue implantada na nossa sociedade.
Esta pode levar o indivíduo a processos depressivos, causando a sensação de abandono e de ausência de aceitação pelo “outro”.A falta de comunicação entre as pessoas também é um factor que talvez seja um dos mais preocupantes. A realização de diálogo entre pessoas faz-nos sentir mais importantes e de certa forma valorizados. O olhar de uma pessoa para outra pode causar impactos admiráveis e existenciais. Por outro lado, um olhar de desprezo pode causar revolta e futuramente outras fatalidades, como o suicídio. Um indivíduo que é reconhecido socialmente tende a progredir e estabelecer padrões provenientes da sociedade, criando assim sua identidade.
Deste modo, a invisibilidade social é um sintoma de uma crise de identidade nas relações entre os indivíduos das sociedades contemporâneas. As necessidades de uma cultura de consumo caracterizam o reconhecimento e a identificação como parte integrante de grupos.
Os idosos, um dos grupos afectados por este sintoma, que ao serem reconhecidos revelam o “futuro”, as baixas pensões que influenciam o status e por sua vez o respeito, a necessidade de auxilio que advém de problemas de saúde, entre outros, é na maioria das vezes menosprezada pelos próprios familiares e a comunidade em geral.
O insuficiente apoio do estado contribui para um maior isolamento e exclusão social.
Para que esta situação seja alterada, é necessário haver uma mudança de mentalidade da população, uma maior empatia/solidariedade de modo a reduzir a descriminação sentida por esta “classe” que justifica a nossa “existência”.

"E, apesar de tudo, SOU AINDA O HOMEM,


Um bípede com fala e sentimentos!


Ao cabo de misérias e tormentos,


Continua


A ser a minha imagem que flutua


Na podridão dos charcos luarentos!


Sou eu ainda a grande maravilha


Que se mostra no mundo!


O negro abismo que tem lá no fundo


Um regato a correr:


Uma risca de céu e de frescura


Que murmura


A ver se alguma boca a quer beber.


Quanto o grave silêncio da paisagem


Me renega e protesta,


Pouco importa na festa


Deste encontro feliz;


Obra de Arcanjo ou de Satanás,


Eu é que fui capazDe fazer o que fiz!




"in, Inventário (Miguel Torga)






Trabalho realizado por: João Parra, Luisa Dias e Vânia Gomes

Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.